O jornalista, escritor e professor Ricardo Viveiros, que já havia recebido o Título de Cidadão Paulistano, será novamente homenageado pela Câmara Municipal, que lhe concede agora a Medalha Anchieta, mais importante honraria do município, e o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo. A solenidade de entrega será realizada em 15 de maio próximo, às 19 horas, no Salão Nobre da sede do Legislativo municipal, no Viaduto Jacareí, 100 – 8º andar, na Bela Vista.
Ambas as comendas homenageiam pessoas e instituições que vão além de suas funções primordiais, visando contribuir concreta e significativamente para o desenvolvimento da cidade. Já receberam tais honrarias o Santo Papa João Paulo II, o físico Mário Schenberg, o cartunista Mauricio de Sousa, o ator Grande Otelo, o advogado Benedito Marques Filho, o médico Henrique Pinotti, a esportista Maria Esther Bueno, o compositor Eduardo Gudin, o magistrado Alexandre de Moraes, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e o escritor Jorge Amado, dentre outras personalidades.
A proposição da outorga da medalha e do diploma a Ricardo Viveiros, de autoria do vereador professor Eliseu Gabriel (PSB), foi aprovada por unanimidade pelos partidos representados na Câmara Municipal de São Paulo. A proposta converteu-se no decreto legislativo referente às homenagens.
Contribuições relevantes a São Paulo
Nascido no Rio de Janeiro, Ricardo Viveiros, que atua por mais de 40 anos em rádios, jornais, TVs e revistas na Capital paulista, sempre na defesa de princípios democráticos, saúde, educação, cultura, direitos humanos e meio ambiente, passou a viver e trabalhar em São Paulo no final de 1976. Suas contribuições à cidade, que seguem acontecendo, fundamentaram a outorga da Medalha Anchieta e do Diploma de Gratidão.
Em 1977, Viveiros foi um dos fundadores e secretário-geral do Clube do Choro de São Saulo, entidade que resgatou a importância desse gênero da música popular brasileira no País. No início dos anos 1980, como diretor-executivo da Central de Outdoor, criou significativos eventos culturais, educacionais, beneficentes, cívicos e de utilidade pública. Dentre todos, destacou-se o projeto “Arte na Rua” (nacional e internacional), com a participação dos mais importantes nomes da pintura contemporânea do Brasil e do Exterior.
De agosto a novembro de 1980, Viveiros participou, ao lado de Lygia Fagundes Telles, Ignácio de Loyola Brandão, Gianfrancesco Guarnieri, Lourenço Diaféria, Jorge Medauar e Ana Maria Martins, do projeto “Escritor Brasileiro”, realizado pelo Departamento de Bibliotecas Públicas da Secretaria Municipal de Cultura. Os escritores proferiram palestras sobre sua vida e obra nas então 14 bibliotecas da cidade. Também nos anos 1980, ainda pela Central de Outdoor e com a participação da Secretaria Municipal de Educação, o jornalista, escritor e professor realizou um evento sobre poema de Thiago de Mello, “Os estatutos do homem”: alunos das escolas públicas criaram outdoors com os direitos das crianças, exibidos por 15 dias em locais de grande visibilidade.
Nos anos de 1983 e 84, Viveiros participou, com outros jornalistas, artistas e escritores, do movimento nacional pelas “Diretas, já!”. Em 1985, convidado por Francisco Withaker e Ulysses Guimarães, integrou o “Movimento Pró-Constituinte”. No mesmo ano, ainda dirigindo a Central de Outdoor, tornou-se, juntamente com o publicitário Petrônio Corrêa, um dos únicos detidos por um ato político em plena Nova República, já após o fim da ditadura. Petrônio pela criação e Viveiros pela veiculação de um outdoor pró-Fernando Henrique Cardoso, então candidato a prefeito de São Paulo.
Ainda em 1985, embora já no Governo José Sarney, supostamente democrático, a censura proibiu filmes e canções. Viveiros e Fernando Morais criaram, imprimiram e distribuíram por todo o Brasil um cartão postal reivindicando: “Censura, não! Liberdade de expressão”. Já no ano de 1986, o jornalista integrou a comissão que organizou as comemorações informais populares que marcaram o reatamento das relações diplomáticas do Brasil com Cuba. Várias festividades aconteceram em São Paulo e pelo Brasil. Em 1986, foi uma das personalidades públicas que lideraram, no Brasil, a campanha “Um Milhão de Minutos de Paz” e, em 1989, foi um dos embaixadores do projeto “Cooperação Global Para um Mundo Melhor” — ambos de amplitude internacional, promovidos pela Brahma Kumaris University (com sede na Índia), em conjunto com a Organização das Nações Unidas (ONU).
Viveiros foi membro da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), órgão da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, de 1983 a 1986. Foi dirigente esportivo do São Paulo F.C. Recebeu, em 1996, homenagem do Conselho Deliberativo do clube como “Notório Torcedor”. Foi, também, coordenador-executivo da primeira visita de Sua Santidade Papa João Paulo II a São Paulo (1980), membro do Conselho de Defesa da Paz (Condepaz) e diretor-geral do Museu Histórico de Fundação da Cidade de São Paulo – “Padre Anchieta” (Pátio do Colégio). Foi consultor de Comunicação Social na Área Pública do CEPAM – Fundação Prefeito Faria Lima, da Cohab-SP, da Prodam-SP e do Instituto de Engenharia (IE).
Viveiros, a partir de 1997, esteve presente em todo o processo, desde a criação até a consolidação do Instituto São Paulo Contra a Violência, do qual foi o primeiro assessor de imprensa. No mesmo ano, ao lado de outros poetas, como Augusto de Campos, Hilda Hilst, Aroldo de Campos, Claudio Willer e Álvaro Alves de Faria, integrou o projeto “Sejam bem-vindos os poetas”, realizado pela Comissão Estadual de Literatura da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo (IMESP).
Em maio de 2006, projeto de Lei, aprovado por unanimidade na Câmara Municipal de São Paulo, concedeu a Viveiros o título de “Cidadão Paulistano”. No mesmo ato, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) o homenageou pelos seus 40 anos de Jornalismo, sendo o jornalista e escritor Audálio Dantas o representante/orador da entidade no acontecimento.
Viveiros foi professor, dentre outras instituições de Ensino Superior públicas e privadas, da Universidade Anhembi-Morumbi (Laureate International Universities), em São Paulo, nos cursos de pós-graduação de Comunicação Corporativa. Foi membro do Comitê Técnico de Comunicação Corporativa da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Foi membro do Conselho Consultivo do Centro São Paulo Design (CSPD) e do Conselho Superior da Associação Brasileira de Comunicação Corporativa (ABERJE). Foi conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). É fundador da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABRACOM).
Ainda em 2009, evento realizado no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, celebrou 40 anos do escritor Ricardo Viveiros. Na ocasião, foi lançado o seu livro “Coragem”. Foram registradas mais de mil pessoas e vendidos, naquela noite, mais de 500 exemplares da obra. No ano seguinte, no mesmo local, Viveiros lançou “Laudo Natel, um bandeirante”. Estiveram presentes cerca de 1.200 pessoas e foram vendidos aproximadamente 700 exemplares do livro, que, em 2013, despertou o interesse do cineasta Celso Sabadin, para se tornar um filme de longa-metragem.
Em 3 de dezembro de 2015, no Auditório Ruy Barbosa (campus Higienópolis) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Ricardo Viveiros recebeu o título de “Notório Saber”. Entregue pelo Conselho Universitário, a honraria tem equivalência acadêmica de doutorado stricto sensu, na área do Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura concedido pela instituição com base no disposto no artigo 66 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (MEC). Em 16 de dezembro de 2019, ao lado do jornalista e escritor Ignácio de Loyola Brandão, da ABL, Ricardo Viveiros palestrou para cerca de mil estudantes e professores no Auditório Ruy Barbosa da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em Seminário da Academia Estudantil de Letras. Trata-se de um projeto da Rede Municipal de Ensino da Prefeitura de São Paulo. Em 14 de setembro de 2021, Ricardo Viveiros foi um dos “Construtores da Liberdade”, ao colaborar na reforma do Centro Cultural Vladimir Herzog, na região Central de São Paulo. Em 29 de novembro de 2022, o jornalista recebeu o Prêmio Aberje de Trajetória do Ano. A láurea é considerada o “Oscar da Comunicação Corporativa” no Brasil.
Sobre Ricardo Viveiros
Articulista, regularmente, em grandes jornais e revistas brasileiros, com destaque para a Folha de S.Paulo. Membro do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, da Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais (Brasília, DF) e da Federação Internacional dos Jornalistas (Bruxelas, Bélgica). Membro eleito da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), na qual foi secretário-geral (2019-2021). Membro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na qual foi conselheiro (2018-2021). Membro da União Brasileira de Escritores (UBE) e seu conselheiro (2020-2022). Conselheiro da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial – ABERJE. Membro eleito do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (IHGSP) e titular da Cad. Membro da International Association of Art Critics (AICA), em Paris, França.