Por Thiago Boavida
Em ‘Travessia’, que estreia em 10 de outubro, teremos uma sensação de déjà vu ao vermos Giovanna Antonelli e Alexandre Nero novamente como um casal. E, na verdade, será mesmo o repeteco de algo que já assistimos. Na trama de Gloria Perez, eles voltam – muito pelo pedido dos fãs nas redes – como os personagens Helô e Stenio, a delegada e o advogado, que vivem altos e baixos em uma relação desde ‘Salve Jorge‘ (2012), folhetim da mesma autora. Desta vez, quando a história começa, eles já se casaram e divorciaram algumas vezes, e vivem em conflito por conta de suas atividades: Helô prende os bandidos e Stenio trabalha para soltá-los. Linkada à atualidade, a personagem de Antonelli retorna como titular da delegacia de crimes virtuais.
Em entrevista, a atriz também aproveita para falar do anúncio recente de que daria “um tempo” das novelas após ‘Travessia‘, e esclarece que isso não é definitivo. “Na verdade, após fazer uma novela na pandemia (‘Quanto mais vida melhor‘), que durou dois anos, não podia deixar de interpretar a Helô novamente em uma trama da Glória, é um prazer. Mas, depois, é preciso pensar em uma pausa, sim. Além do mais, não atuo só como atriz, sou empresária, palestrante. Pausar é importante para me reciclar”. E anunciou, sobre o ‘repeteco’ da personagem: “Ela vem com o pé na porta, muito humor e muito assunto relevante”.
Aos 46 anos, Giovanna analisa o percurso escolhido para a mesma personagem uma década depois. “Não tem essa coisa de ’em time que está ganhando não mexemos’. Vivi a Helô há muito tempo, sou uma pessoa elástica, estou em movimento, quero sempre me reinventar. Por outro lado, é óbvio que eu e Nero queremos trazer o que fizemos e deu certo, tanto que as pessoas falam dos personagens nestes anos todos. Mas vou criar muitas coisas neste trajeto. São muitos meses de novela”, observa a atriz.
E revela, sobre a preparação. “Tive contato com muitas pessoas deste universo de crimes digitais, algo que é novo para mim. Também fui para os Estados Unidos, peguei uma equipe de dublês e fiz um treinamento pesado, que incluiu todo tipo de fuga, perseguição, armamento. Se vamos usar na novela? Não sei, mas o meu repertório está gigante. Estou sempre aprendendo, inventando e trazendo material novo para o trabalho”, conta.
“Não sou mais a mesma de 10 anos atrás. Revi cenas de ‘Salve Jorge‘ tentando trazer coisas daquela Helô do passado, que era um barato. Da relação dela com o personagem do Nero. Posso dizer que eles estão ainda mais engraçados, trazendo leveza para o espectador, porque estamos em uma trama com momentos muito emocionantes. E nossos personagens são responsáveis por estar no centro de reviravoltas importantes. Agora é uma relação de amor e humor, vivendo temas importantes para a sociedade. Falando desse mundo louco cibernético em que estamos inseridos. A Helô é justa, tem caráter reto, senso de justiça. Se penso nela como mulher, me sinto representada. Ela está de olho neste mundo digital, que tem dado muita dor de cabeça para a polícia”.
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