Após expor exaustões e fragilidades em “Cansaço”, artista mineiro vira a página, ressignifica dores e convida o público a atravessar um processo de amadurecimento emocional
Há artistas que escrevem músicas. Alec’ escreve travessias. Se “Cansaço” foi o retrato cru de uma mente exausta, atravessada por dores silenciosas e sentimentos acumulados, “Descanso”, já disponível nas plataformas digitais, surge como o outro lado da mesma história: o momento em que se aprende a respirar, olhar para dentro e seguir adiante.
Nascido no interior de Minas Gerais, o jovem cantor e compositor de 21 anos construiu uma carreira marcada pela sensibilidade e pela honestidade emocional. Ao misturar rap, boom bap, indie, pop alternativo e MPB, Alec’ criou uma estética quase literária, em que cada canção soa como um capítulo íntimo de um diário aberto ao público.
Os números acompanham essa conexão profunda com os ouvintes. Seu EP O Menino Que Cantava Livros já ultrapassou a marca de 2 milhões de streams, enquanto sua discografia soma mais de 43 milhões de reproduções no Spotify, com cerca de 450 mil ouvintes mensais.
Foi com “Cansaço”, seu maior sucesso até agora, que Alec’ expôs a fadiga emocional de uma geração inteira. A música, que ultrapassou 7 milhões de streams, tornou-se um desabafo coletivo, um espelho para quem se sentia sobrecarregado, sensível demais ou perdido em meio às próprias cobranças.

“Descanso” nasce desse mesmo lugar, mas com outra perspectiva. Se antes o artista falava sobre o peso, agora ele fala sobre o alívio possível após encarar as próprias sombras. A faixa funciona como um fechamento de ciclo e, ao mesmo tempo, como um recomeço.
“‘Descanso’ mostra um amadurecimento real. Eu encerro um ciclo que começou em ‘Cansaço’, mas agora com mais clareza e força para enfrentar meus traumas e seguir em frente”, afirma Alec’.
Musicalmente, o single mantém a atmosfera introspectiva, mas ganha contornos mais contemplativos. O rap se encontra com a delicadeza do indie e da MPB, criando um espaço sonoro que acolhe, em vez de tensionar. A vulnerabilidade masculina, a saúde emocional e a reconstrução interna seguem como temas centrais, mas agora acompanhados de esperança.
“Muita gente me escreve dizendo que eu consigo dizer o que elas sentem, mas não sabem expressar. Em ‘Descanso’, eu quero dizer: você não está sozinho, eu te entendo”, diz o artista.
A analogia entre os dois singles se constrói como uma jornada emocional. “Cansaço” é o reconhecimento do limite; “Descanso” é a decisão de cuidar. Juntas, as músicas ampliam o arco narrativo que Alec’ vem desenvolvendo nos últimos anos.
“Ser sensível e se sentir cansado é inevitável. O que muda é a forma como você encara isso. ‘Descanso’ não nega a dor, mas mostra que é possível ressignificá-la”, explica.
O lançamento também marca o início da campanha do EP Dando Nome aos Meus Monstros, previsto para janeiro de 2026. No novo trabalho, Alec’ promete aprofundar ainda mais o mergulho emocional, agora com um olhar mais lúcido e transformado, fruto de um processo pessoal de autoconhecimento.
Vivendo um momento de virada criativa, o artista reconhece que sua evolução vai além da música. “No começo, eu ainda estava tentando entender quem era o Alec’. Hoje, entendo minha voz, meu estilo e minha responsabilidade como artista. Meu crescimento é musical, mas também emocional.”
Mais do que números ou hits, Alec’ mira impacto.“Quero ser um incentivo real para quem busca identidade e pertencimento. Não quero tocar as pessoas de forma superficial. Quero que minha arte seja uma força de transformação.”