Por Thiago Boavida
Um ano após a morte de Paulo Gustavo, a ausência deixada pelo ator segue forte.
Muito porque o buraco deixado no humor brasileiro ainda não foi preenchido. Entre todos os novos talentos que surgiram no gênero nos últimos anos, nenhum era capaz da mesma envergadura e acumulava as mesmas qualidades que o ator que faleceu em 4 de maio de 2021.
É difícil não lamentar a inexistência do seriado Minha Mãe é Uma Peça, que só não foi gravado justamente por culpa da pandemia. Difícil também não pensar em como seria um quarto longa-metragem que seguiria ampliando a história de Dona Hermínia e levaria milhões de brasileiros ao cinema mais uma vez. Que recortes ele bateria? Qual seria o limite para o talento de Paulo Gustavo?
As perguntas seguem se repetindo. O que ainda sairia da mente potente do humorista? Quais personagens ele criaria? Que histórias seria capaz de contar? Quais situações absurdas ele escreveria para suas esquetes? Que tipos que odiamos ele ridicularizaria? Um ano depois, todos os questionamentos seguem vivos, assim como aquilo que nunca mais vai acontecer.
Não vai porque morreram um pouco também as parcerias. Com Monica Martelli, sua grande amiga, Susana Garcia, a diretora que catapultou sua carreira no cinema, Tatá Werneck, com quem acabou dividindo os palcos menos do que deveria. E também Marcus Majella, Herson Capri,Ingrid Guimarães, Samantha Schmutz e Malu Valle.
No final de 2020, Paulo Gustavo estreou nas telas da TV Globo com um especial de final de ano de seu 220 Volts. No finalzinho do programa, ele mandou um recado profético que acabou se tornando seu último momento na televisão.
“Esse ano serviu pra mostrar que a gente não vive sem a graça, sem o humor. O humor, ele salva, transforma, alivia, cura, traz esperança pra vida da gente”, declarou ele. “Eu faço palhada, você ri, eu fico realizado aqui, de coração cheio”, completou o humorista.
Um ano após a partida do ator, 365 dias depois, o nosso coração segue vazio.
Foto: Reprodução/Instagram