Como não amar Kate Cristina (Clara Moneke), a espevitada filha de Bruna (Carla Cristina Cardoso), em “Vai na Fé”? Desde o início da novela de Rosane Svartman, a reportagem de OFuxico já chamava a atenção para o talento da jovem atriz.
Em entrevista à repórter Mariana Bispo, do “Fantástico”, a artista comentou sobre a relação com o público, que se identifica, em sua maioria, com o jeito “desprovido de tudo”, de sua personagem.
O Fantástico também exibiu trechos do teste da atriz, em que ela contracenou com Carla Cristina Cardoso, sua mãe na trama: “A gente tem muita coisa em comum. Nós moramos pertos, nossas mães morreram no mesmo dia, somos filhas de Ogum e somos doidas e engraçadas”, disse Carla.
“Tanto eu como ela (Carla Cristina Cardoso), conhecemos Kates e Brunas. É vivência, texto sai”, completou Clara.
A atriz ainda foi surpreendida com elogios de Taís Araújo, que ressaltou, além do talento da jovem, a capacidade dela em espalhar energia boa: “Sa Clara é uma estrela. Naturalmente, uma estrela. Não é à toa que quando ela aparece, fica tudo iluminado Não é à toa que ela conjuga com seus pares em cena e tudo fica melhor”, afirmou Taís.
Elisa Lucinda ressaltou o “acontecimento Clara Moneke“: “No trajetória de superobstáculos de um negro num país racista, o acontecimento Clara Moneke foi por muito tempo um ponto fora da curva e ainda é essa estreia que estarrece, ilumina e encanta todos nós. Mas é, certamente, u marco do novo tempo”.
A Katelicia citou Angela Davis uma das mais importantes ativistas de questões raciais do mundo: “Angela Davis diz que quando uma mulher preta se movimenta, toda a sociedade se movimenta junto. Quando uma consegue se destacar, a mudança está acontecendo e a gente tem que acompanhar para que tenhamos mais exemplos coo o meu”.
INCENTIVO DA FAMÍLIA
Nascida e criada numa família de mulheres pretas, fortes e inspiradoras Clara Moneke foi criada pela avó, em Seropédica.
A menina tinha seis anos de idade quando foi com a mãe – falecida há dois anos – e a irmã assistir a uma peça de teatro, em uma arena cultural de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde morava.
Imediatamente a menina despertou a paixão pela are e foi exatamente lá que ela iniciou o curso de teatro logo se destacando.
“Muito orgulho de ter começado num curso livre, num curso gratuito, de ter começado em Campo Grande, porque eu acho que reafirma muita coisa sobre o Brasil, sobre cultura, sobre oportunidades”, explicou a atriz, revisitando o local.
Na Lona Cultura de Campo Grande, Clara reencontrou um dos seus primeiros mentores, o diretor de teatro Moisés Bittencourt: “Ela tinha essa timidez, mas era muito atenta. Eu falava: ‘essa menina tem luz”, disse ele.
Além de teatro, Clara atuou em projetos audiovisuais experimentais. Chegou a fazer faculdade de hotelaria, mas a paixão pela arte falou mais alto. Na série “Arcanjo Renegado”, disponível no Globoplay, atuou em inglês.
“Vai na Fé” chega ao fim no próximo dia 11 de agosto. Nas redes sociais, fãs pedem que a novela ganhe “outra temporada” ou, ao menos, um spin-off com Kate e Bruna. Eu entendi “sucesso”?