Fábio de Melo trabalha no lançamento do livro A Vida É Cruel, Ana Maria, da Editora Record. A obra traz diálogos imaginários com sua mãe, Ana Maria, que morreu por complicações da Covid-19 em 2021. Mas diferentemente de seus outros trabalhos, o autor não assinará a obra como “padre”, e sim, como pessoa física. Em entrevista ao Conversa com Bial, da Globo , o religoso expôs o motivo. “É que eu voltei às origens”, disse.
“O meu primeiro livro, Quem Me Roubou de Mim?, que lancei pela Editora Canção Nova, a gente optou por lançar só como a pessoa física. Por incrível que pareça, o nome ‘padre’ aproxima, mas também distancia às vezes. Sobretudo, quando falamos de literatura”, explicou.
Fábio ainda conta que os diálogos são imaginários porque ele não teve oportunidade de conversar com sua mãe. A primeira justificativa é acadêmica.
“Minha mãe não tinha estudos, ela jamais teria condições de compreender as dimensões filosóficas, teológicas que eu trato com ela na conversa. Um segundo motivo, que é por ser filho de Minas Gerais e ser muito escrupuloso.
A religião que minha mãe praticou, em muitos momentos, é uma religião que eu precisei abrir mão”, confessou.
Em A Vida É Cruel, Ana Maria, Fábio descreve os momentos de vulnerabilidade física e emocional com reflexões sobre as dificuldades da infância, como o alcoolismo do pai. E acrescentou que se irritava profundamente com a maneira otimista da mãe ver a vida.
“O título é uma forma de sacudir a memória dela e dizer: ‘Mãe, a vida é cruel, a senhora achava que não era, mas é”, encerrou.