Por Thiago Boavida
Diretamente do funk para o samba e o pagode, Jojo Todynho lança seu primeiro álbum neste gênero, o “Jojo Como Você Nunca Viu”, nesta sexta-feira (19). O disco conta com 10 faixas, entre regravações e músicas inéditas, mostrando as origens da cantora e um amadurecimento vocal. Ela contou também que a seleção de cada canção foi criteriosa para levar mensagens necessárias ao público.
Para quem conheceu Jojo em “Que Tiro Foi Esse”, ou “Acordei Gostosa”, não imaginava o potencial que a cantora teria para o samba. Ela ressaltou que esta foi sua idealização na música desde que se juntou à sua gravadora, a Universal Music. “Esse é um álbum que eu peço desde 2017, quando eu entrei na gravadora tínhamos este projeto. Neste percurso de música, show, foi uma coisa que ficou de stand-by”, contou.
“Aquele momento ainda não era o certo porque ‘Que Tiro Foi Esse’ tinha estourado de uma forma que ninguém imaginava e aí a gente pegou um embalo no funk, mas minha idealização era já ir para o pagode”, disse.
A cantora aponta que pode provar seu potencial para as pessoas que duvidavam do seu talento. “Estou nervosa porque é um sonho se realizando e também para tirar isso das pessoas que ficam no preconceito comigo, tipo: ‘A Jojo não canta nada’. Isso me magoa porque já fiz feat com o Imaginasamba, a galera do Di Propósito”, destacou.
“Agora estou lançando meu álbum e posso mostrar que realmente o funk não me dava esta oportunidade de mostrar o meu talento. Só que com o pagode e cantando tudo que eu gosto, eu estou mostrando um outro lado da Jojo para eles, que realmente nunca viram e vão ver agora”, garantiu Jojo Todynho.
O álbum foi gravado em 2021 e conta com o renomado produtor musical Prateado, que já gravou com Thiaguinho, Ferrugem e diversos nomes do pagode e samba. Desse modo, é possível dizer que Jojo estreou com o pé direito. Mas, para que pudesse chegar hoje neste patamar, o funk deu a ela uma oportunidade de amadurecimento.
“‘Que tiro foi esse’ e tantas outras músicas que eu venho gravando no decorrer destes cinco anos veio trazendo uma maturidade para escolher o repertório certo, o que eu quero trazer para este novo álbum, nesta nova jornada. É um amadurecimento de voz, o que eu quero que o público entenda. Minhas idealizações de música mudaram, o que eu quero atingir, que o público entenda de mensagem”, ressaltou.
Ela conta que cada música no álbum foi pensada para levar um recado. “Para a menina que vive em um relacionamento abusivo, para a garota que gosta de viver a vida, que as pessoas falam ‘é piranha’ e falar ‘sou piranha mesmo, qual o problema?’. Fui fazendo representando cada coisinha, meu bairro, todas essas coisas”, disse.
Ela ressaltou que outras colegas da música, como Ludmilla que também está no pagode, dão continuidade a este trabalho e que agora também se junta à elas. “Estão vindo pessoas maravilhosas no samba e pagode, como Márvila, Ludmilla, eu agora entrando no samba, e várias outras mulheres. Eu fico muito feliz desse legado não se acabar, tudo são caminhos que abrem”, destacou.
Foto: Divulgação/TV Globo