Jorge Takla homenageia Oualid Mouaness, cineasta libanês de “1982”

Jorge Takla, Oualid Mouaness e Joanna Henning, CEO da Escarlate. (Foto: Silvana Garzaro)

O diretor de teatro Jorge Takla reuniu uma turma boa em sua casa em São Paulo, na noite de terça-feira 24, para prestigiar o cineasta libanês Oualid Mouaness, que estreia o filme “1982”, em junho. Entre os convidados, Maria Adelaide Amaral, Gloria Kalil, Paulo Borges, Fafá de Belém, Mayana Neiva e Joanna Henning aproveitaram a noite, que contou ainda com trailer do filme em primeira mão e bate papo de Takla e Oualid, mediado pela jornalista Sonia Racy.

“1982” se passa em uma escola e os pais enfrentam dificuldade para buscar seus filhos, durante a invasão Israelense ao Líbano, há 40 anos. Professores e funcionários não sabem o que fazer enquanto tentam poupar os alunos. Uma história de amor na infância é interrompida pelo barulho de bombas e momentos de tensão. Estrelado pela atriz e cineasta Nadine Labaki, diretora de Cafarnaum, que concorreu ao Oscar® de Melhor Filme Estrangeiro em 2019, o filme traz o olhar delicado e sensível de um conto resiliente do primeiro amor, e não por isso é um filme menos profundo sobre os estragos que uma guerra produz, de uma forma ou de outra, na vida de pessoas inocentes da sociedade civil.

O filme é autobiográfico. Oualid Mouaness viveu um momento idêntico durante a invasão israelense e o cenário do filme é o da sua escola. “É sobre o meu último dia de escola em 1982, quando a invasão de Israel chegou a Beirute. Foi o primeiro dia em que vivi a guerra. Levamos uma eternidade para chegar em casa”, conta o cineasta. “Embora soubéssemos que estávamos do lado supostamente seguro desse conflito, o impacto e o medo que vi nos olhos dos meus pais me disseram muito mais do que fomos capazes de compreender, quando éramos crianças.”

Jorge Takla, pela primeira vez é produtor executivo de uma obra cinematográfica. “O filme é de uma delicadeza imensa. Há uma tensão no ar mas ela é sutil. A violência está nos preconceitos, nas histórias que separam pessoas que se amam. Foi isso que me tocou no filme”, diz.  A obra é distribuída pela Escarlate, de Joanna Henning. “Trazer essa temática para as telas em um momento tão angustiante de crises e de guerra no mundo, é uma forma de lembrar ao espectador sobre os reais valores humanos que nos manterão vivos e resilientes para a construção de um futuro saudável” comenta Joanna.

Indicado para representar o Líbano no Oscar® em 2020, o longa de Oualid Mouaness foi premiado nos Festivais de Cannes e Toronto, acumulando até agora 19 prêmios, dentre os quais o Prix Cannes Ecrans Juniors (2021) e Melhor Filme Libanês no Murex D’or 2021. O filme estreou no Festival Internacional de Cinema de Toronto de 2019,
onde ganhou o prêmio NETPAC de estreia mundial ou internacional de cinema asiático.